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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Mini-blog de papel - Parte VI

 - O que você quer ser quando crescer? 

Todos nós ouvimos essa pergunta quando éramos crianças. Eu ouvi muitas vezes e tinha na ponta da língua a resposta: Eu queria ser ginasta. Ou bailarina. Contei aqui sobre a minha paixão pelo balé. E, aos 10 anos, contei mais no meu diário, o mini-blog de papel:

"15/09/89
Querido Diário


Hoje eu estou tão feliz, diário, sabe por quê?
É porque eu vou fazer ginástica olímpica aos meus 12 anos. Só faltam dois anos.
Vai fazer um mês amanhã que não te escrevo.
Faltam 19 folhas pra você acabar, que pena.
Sabe por que faz tanto tempo que eu não te escrevo?
Eu acho que é porque não tenho nada de interessante pra te contar.
Tchau. Mil beijos."

Entrar na ginástica olímpica aos 12 anos? Claro que sabemos que é tarde demais. Ao menos pra se tornar uma profissional, como eu queria, mas tudo bem, tinha que confiar na promessa da minha mãe, sem saber que ela morria de medo que eu ficasse com o corpinho musculoso e, digamos assim, atrofiado por conta do ritmo excessivo dos treinos em tão tenra idade.

Vamos ao que foi escrito meses depois:

(desenho de uma garota escalando)

"21/05/90
Adorável Diário

Gostou do novo elogio?
É, acho que gostou.
Eu queria tanto ser ou bailarina ou ginasta. Sabe, diário, eu já sei escalar, mas não é escalar montanhas, não, é escalar de chegar até o chão.
Outro sonho meu é o de ter uma festa de 15 anos linda com valsa, vestidos brancos, num clube, tudo muito lindo e brilhando, mas falta muito tempo para isso.
Mesmo assim, tenho muita fé no que faço e espero um dia poder ser uma pessoa que ganhe muito bem para sustentar minha família e fazer tudo que eu gosto e poder viajar pelo país inteiro.
Aqui vou terminando muito feliz por ter te contado tudo isso.
Tchau "

Mais uma vez, o sonho de bailar por profissão. Mas tive que me distanciar do balé por problemas de logística (ficava ruim pra nossos pais levarem a mim e a minha irmã até a escola de dança) e nunca fiz uma aula sequer de ginástica artística. Claro, fiquei triste, mas temos que aprender à lidar com as frustrações desde pequenos, não é verdade? Acho que grande problema dos "novos pais" é tentar livrar seus filhos de quaisquer decepções, mas a vida real está cheia delas, então dizer "não" é, sim, fundamental! Farei o esforço de me lembrar disso quando uma carinha dengosa ou birrenta me pedir algo que considere ruim pra ela ou para as finanças da família. 

Imagem aqui

Não me tornar uma Daiane dos Santos não impediu que meu sonho de trabalhar e prover minha família se tornasse realidade. Não que eu ganhe "muito bem" como gostaria, mas as coisas podem sempre melhorar. Faço muito das coisas que gosto e já viajei para as cinco regiões do país. Mais um sonho realizado e ampliando as fronteiras para o resto do mundo!

Festa de 15 anos? Tive, sim, mas muito menos pomposa, sem clube, sem vestidos brancos, sem brilhos, mas com valsa com papai e muito carinho de todos! Foi o que podia ser feito e nem por isso tive crises por conta dessa, digamos, adaptação. Rsrsrsrs

E vocês? O que sonhavam ser quando crescessem que NÃO se tornou realidade? Bombeiros, astronautas, jogadores de futebol, atrizes, cantoras? Contem aí!

domingo, 15 de abril de 2012

Pulantes

Há muito tempo, mesmo antes de nos casarmos, eu e Ronei nos divertimos observando as "crianças dos outros". Notamos que elas têm ao menos um comportamento padrão: seja aqui em Salvador ou em qualquer outra parte por onde já estivemos, elas não caminham, e sim saltitam, ou melhor, pulam mesmo! Por conta dessa observação, as apelidamos secretamente (?) de "pulantes"! É como se a energia contida dentro daqueles minúsculos corpinhos, que até outro dia sequer sabiam ficar de pé, precisasse ser colocada para fora de uma vez! Eles não conseguem caminhar por muito tempo sem dar um pinotezinho, por menor que seja. Sempre rimos e imaginamos como se comportarão os nossos pequenos. Serão pulantes também?


Lembro-me que eu mesma, na infância, não fui diferente das amostrinhas de gente que vemos hoje. Adorava pular, dançar, correr e agradeço à oportunidade que tive (valeu, mãe. Valeu, pai. Valeu, irmãos!) pra transformar minha energia potencial em cinética. Durante um certo tempo eu e minha irmã fizemos balé. Eu adorava! Usávamos o tradicional collant rosa claro com mini-saia volante de tule, meia-calça e sapatilha. Até hoje sei fazer a meia-ponta com o pé beeeem esticadinho (tá, eu sei, isso não me serve mais pra nada). Fizemos algumas apresentações na época, uma bem grande, num teatro (mãe, qual foi o teatro?), minha irmã fez a árvore e eu fiz o macaco (não me lembro qual outro papel fizemos, só lembro que eu dançava e me coçava e que Keu dançava e balançava os "galhos"! kkkk). Ah, a música principal foi "Amanhã" de Guilherme Arantes. Tenho uma foto perdida em algum lugar, se eu achar, coloco depois no post, prometo!


Imagem aqui

Desses deliciosos tempos da dança, uma música ficou guardada na minha lembrança. Aliás, não era exatamente uma música, mas apenas um trechinho dela. Era uma lembrança tão embotada que por vezes eu me perguntava se era mesmo real ou invenção da minha cabecinha criativa. Aí, benditos tempos cibernéticos, recorri ao novo pai dos burros e não é que ele achou pra mim? Fiquei tão feliz que tive que compartilhar:



A Bailarina

Lucinha Lins






Um, dois três e quatro
Dobro a perna e dou um salto
Viro e me viro ao revés
e se eu cair conto até dez

Depois essa lenga-lenga

toda recomeça

puxa-vida, ora essa
vivo na ponta dos pés

Um, dois três e quatro
Dobro a perna e dou um salto
Viro e me viro ao revés
e se eu cair conto até dez

Depois essa lenga-lenga
toda recomeça
puxa-vida, ora essa!
vivo na ponta dos pés

Quando sou criança
viro o orgulho da família
giro em meia-ponta
sobre minha sapatilha

Quando sou brinquedo
me dão corda sem parar
se a corda não acaba
eu não paro de dançar.

Sem querer esnobar
sei bem fazer um gran de car
E pra um bom salto acontecer
Me abaixo num demi plié

Sinto de repente
uma sensação de orgulho
se ao contrário de um mergulho
pulo no ar um gran jetté

Quando estou no palco
entre luzes a brilhar
eu me sinto um pássaro
a voar, voar, voar

Toda Bailarina
pela vida vai levar
sua doce sina
de dançar, dançar, dançar


E assim segui crescendo, a dançar, dançar, dançar. Os tempos de balé se foram junto com a infância, mas de vez em quando me pego dando os tais "pulinhos" enquanto caminho, basta estar muito feliz!

E vocês, já notaram por aí esse comportamento "pulante" dos pequenos? Se ainda não viram (como se diz aqui na Bahia), "reparem só" e depois venham contar!

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mini-blog de papel - Parte III

"Au, au, au. Hi-ho hi-ho. Miau, miau, miau. Cocorocó
o animal é tão bacana, mas também não é nenhum banana!"


Começo o post com essa música deliciosa dos Saltimbancos pra trazer o assunto do dia: Bicharada.

No final do último "episódio" do Mini-blog, conto que há no meu velho diário um "post de papel" sobre os animais de estimação que tínhamos lá em casa. Vamos a eles:


05/10/89

Querido Diário

Hoje eu tenho tanta coisa pra te contar.
Aqui em casa tem 11 animais: 3 cágados, 2 canários e 6 periquitos.
Passarinho é uma coisa linda, né?
Tem um filhote aqui, um periquito amarelinho, que é uma graça, mas, coitadinho, não sabe voar e os outros periquitos ficam assustando ele.
Sabe onde eles, os periquitos, ficam? Num viveiro!
Os canários ficam na gaiola e os cágados ficam cercados por muitos tijolos.
Mateus é o dono deles e nesse momento ele está ditando as palavras e ao mesmo tempo me perturbando.
Mudando de assunto, eu conheci uma vizinha que se chama Aline, ela veio aqui em casa ontem, mas ela ficou calada.
Ela tem 7 anos e é maior que eu, estuda a segunda série. Ela tem dois cachorros, gosta muito de brincar, principalmente com os meus patins. Ela tem uma risada engraçada.

Eu acho que já falei muito 'ela' hoje, né?

Tchau"
_______________________________________________________________

Vou começar a comentar pelo final, desta vez: 
Notaram que "ontem" eu conheci a tal vizinha, que ficou calada, mas no dia seguinte ela já dava sua 'risada engraçada' e gostava 'muito de brincar, principalmente com meus patins'! Intimidade é fogo!!! rsrsrsrs

Mas vamos lá, 'passarinho é uma coisa linda, né?' Tão fofinha essa menina, gente. Quem resiste? 

Na verdade eu e meus irmãos tivemos vários animais lá em casa durante a infância, alguns deles bem pouco convencionais. Ficavam no terceiro pavimento da casa, onde estavam a horta, os viveiros e a área de serviço. 

Ai vai uma listinha, acompanhada dos melhores (?) momentos dos bichinhos:
  • cágados - pequeninos e com grande reflexo pra se esconderem em suas carapaças. Um deles foi jogado por engano na lixeira pela diarista, pra desespero do meu irmão, que o recuperou antes do lixo ser recolhido. 
  • periquitos australianos - foram roubados lá de casa em um fim de semana em que estávamos viajando. Ah, roubaram as toalhas que estavam no varal também! Desconfiamos que foi pra abafar o grito deles por socorro. Ficamos muito abalados com isso.
  • canários belgas - tiveram o mesmo triste fim dos periquitos.
  • codornas - também habitavam um viveiro. Produziam muitos ovinhos, mas tinham uma inhaca danada! 
  • coelho - comeu a horta inteira, pra alegria das crianças que não gostavam de couve e alface. Quem ficou brava mesmo foi a mamãe...
  • minhocas (minhoca conta?) - tinha um monte na horta. Eu e Mateus fazíamos com elas experiências de cunho científico...
  • peixes - companheiros por longo tempo de nossas vidas, viviam em um aquário muito legal que meu pai mantinha. Morreram misteriosamente após uma inocente experiência de cunho científico...
  • Jandaia (Aratinga) - criados soltos pela casa, um dia resolveram conhecer outros horizontes e nunca mais voltaram (óbvio!). Os pequenos cientistas juram que não tiveram nenhuma participação nisso.
Eu me lembro que meu pai era o maior responsável por eles, ou ,ao menos, pela chegada deles. 

Nunca tivemos um cachorro ou um gato, apesar da nossa insistência infantil. Me lembro que Indy, o poodle de tia Inez, passou uma temporada lá em casa quando meus tios saíram de férias. Pudemos com ele avaliar a decisão dos nossos pais em não criar um animal de maior porte: quando não fugia, dava muito trabalho dentro de casa!!!

Achei muito válido ter convivido com essas criaturinhas. Cada uma com seu modo de sobreviver, nos ensinando a ter responsabilidade, cuidado, amor (e também importantes descobertas de cunho científico!)

Ronei, por outro lado, quando criança, teve passarinho, gato e cachorro. Ele também morava em uma casa e tinha um grande quintal pra dar conta dos bichos..

Hoje, casados, moramos em um apartamento, não temos empregada doméstica. A estrutura é totalmente diferente dos lugares onde crescemos. Até tentamos ter conosco uma endiabrada adorável cadelinha beagle chamada Meg. Infelizmente a experiência (que não era de cunho científico, juro!) não deu certo. Ela ficava muito tempo presa e sozinha, o que não é adequado pra animal nenhum desse porte. Quando ficava solta, destruía a casa.

Ainda queremos dar aos nossos filhos a oportunidade de crescerem tendo um animalzinho pra cuidar, pra brincar, mas pensar nisso enquanto moramos num apartamento está realmente difícil. 

Pra finalizar, vejam nesse vídeo uma linda demonstração de convivência entre uma pequena e seu bichinho:


Se você já passou pela experiência (de cunho científico ou não) de criar um animalzinho, entre na discussão:
TER OU NÃO TER UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO? EIS A QUESTÃO!


UPDATE

Desculpem-me, mas esqueci de colocar o vídeo abaixo na postagem original, porém amo tanto essa menininha com o esquilo que não podia deixar de colocar aqui:

quinta-feira, 29 de março de 2012

Era uma vez

Estávamos aqui em casa a lembrar dos livros que marcaram a nossa infância. Incrível como o cérebro da gente traz de volta aquela sensação gostosa quando lembramos de algo que nos agradava, qualquer que seja a época da nossa vida. Assim, desse jeito gostoso, fomos lembrando de estórias e histórias e de como seria bom ler para os nossos -futuros- pequenos os livros que nos divertiram tanto.

Seguem três dos meus prediletos, que marcaram distintas fases:

O vento. De Mary França com ilustrações de Eliardo França.

É um livro de poucas páginas, em cada uma delas uma ilustração e uma frase do tipo "O vento levantou a saia da fulana*", "secou as roupas do varal de sicrana*". E termina assim: "E o vento levou para o céu o meu avião de papel". Muito fofo! Apesar da lembrança recortada (que, confesso, o Google ajudou a recuperar alguns detalhes), foi um livro que me encantou com sua figuras inusitadas. Lembro da mulher apavorada segurando a saia... :) 

Imagem aqui

As Três Caixinhas. De Regina Vieira. 

Um livro tipicamente infantil. Um reino, uma princesa, um oráculo, três caixinhas e muita sabedoria pra usá-las na hora certa. Ensina sobre paciência, sobre valores e, sobretudo, respeito. Cada caixinha um mistério, cada uma será aberta ao seu tempo. O que conterá em cada uma delas?


Imagem aqui


Quem Roubou Minha Infância. De Maria da Glória Castro. 

Um livro muito marcante pra mim. Uma professora de Português promoveu um concurso de redação e EU GANHEI! A leitura desse livro teve então esse gosto especial, eu devia ter 11, 12 anos, já era uma pré-adolescente. Ele narra a estória de uma menina que sofre rejeição materna (não lembro agora se era da mãe ou da madrasta). Ela tem um grande talento para tocar piano e encontra na professora e no amor à música, coragem pra vencer os infortúnios e procurar a própria felicidade. 


Imagem aqui


Pollyana. De Eleanor H. Porter.

O que dizer de Pollyanna, gente? Ela caiu em minhas mãos por acaso, numa das muitas tardes que passei na casa de tia Rita, que mantinha no "quartinho da bagunça" de casa uma prateleira cheia de livros interessantes, que não escapavam das minhas incursões nos dias em que eu acampava por lá. Já comentei aqui que era uma companhia presente para as minhas primas mais novas e por isso guardo em mim muita coisa boa vivida por lá. Pois bem, será que alguém não conhece a menina-órfã Pollyanna e o Jogo do Contente que seu pai a ensinou antes de morrer? Pollyanna vai morar com uma tia bem rabugenta e, por mais que coisas ruins aconteçam, ela sempre vê o lado bom de todas elas. Um exemplo de vida! E então, que tal jogar hoje o Jogo do Contente? 



Imagem aqui

Bairro dos Estranhos. De Wilson Frungilo Júnior.

Outro livro da "biblioteca" de tia Rita. O primeiro livro espírita que li. Claro que nesse momento eu me interessava pela estória e não pela Doutrina, mas para aquele momento, foi o suficiente pra me despertar. Lembro que eu pulava os parágrafos que explicavam algumas coisas mais detalhadamente. Que coisa!!! Hehehe. Li o mesmo livro outras vezes, já mais velha, tendo então paciência e maturidade pra entender o conteúdo. Ele narra a vida de um pai que perde a esposa em um acidente de ônibus e se vê sozinho para criar sua filha pequena. Pobre, passa por grandes necessidades e encontra pessoas valiosas que o ajudarão a compreender as coisas desta e da "outra vida". Tenho um carinho muito grande por ele!


Imagem aqui

Se você é um leitor realmente atento, deve estar se perguntando a essa altura: "Ela não disse lá em cima que seriam três livros?". Sim, falei mesmo, mas não tive como conter mais dois deles na peneira mental das memórias infanto-juvenis, então cometi essa "malcriação". Fui obrigada a deixar muitos outros para trás, acreditem. rsrsrsrs

Pra quem ficou com o dedo coçando pra virar a página de algum desses descritos por mim ou por outros que tenham vindo à lembrança, recomendo o site Estante Virtual, onde vários sebos de todo o Brasil estão reunidos para venda de livros usados pela internet. Uma delícia de passeio, garanto!

Vamos ler, minha gente!!!!

E você? Lembrou de algum livro que marcou sua infância/adolescência? Comente aí!




sábado, 25 de fevereiro de 2012

Das lições que aprendi - e dos exemplos que quero dar

Outro dia vi mãe e filha usando vestidos do mesmo tecido e a menina olhava atentamente para a mãe enquanto esta explicava-lhe algo. Daí lembrei de quantos exemplos, conselhos, modelos aprendi com a minha mãe. Sei que ela fez o que estava ao seu alcance pra dar a mim e aos meus irmãos o que havia de melhor dentro dela e, ainda que fosse menos do que ela gostaria, contribuiu para formar o que nós somos hoje. E não falo só de coisas materiais, falo de valores, de filosofia de vida e é por isso venho citar 3 lições que aprendi com ela e que pretendo replicar aos meus rebentos:

1 - Mulheres ao volante:

Numa época em que poucas mulheres trabalhavam fora de casa, ela bravamente rompia as barreiras do preconceito e não só contribuía com o orçamento doméstico como ainda dirigia um automóvel! Quem tem ou já teve um volante em suas mãos sabe o que isso significa. Liberdade! A quantos lugares pudemos ir com ela (teatro, natação, médicos, casa das tias) pelo simples fato dela ter uma carteira de motorista e dirigir! Isso fez toda a diferença pra mim quanto chegou a minha vez de enfrentar meus medos e conseguir minha habilitação.


Ah, claro que também tivemos inúmeras oportunidades de fazer esses trajetos também de ônibus, o que só contribuía pra valorizarmos o nosso fusquinha!

2 - Querer é poder:

Vivemos incontáveis situações onde o futuro parecia não muito animador, mas pense numa pessoa de coragem! Ela nunca achava que era impossível e melhor, nunca achava que seria ruim recomeçar. E foi  com um monte de recomeços que crescemos. Eu me lembro bem dela dizendo: "Crie um quadro mental daquilo que você quer, não pense em como vai fazer pra conseguir, mas pense todos os dias, com fé, nisso. O universo se encarregará de levá-la até lá!" E não é que funciona? Faço sempre!!! Acho que dispensa comentários do quanto aprender a acreditar em si, a confiar no Divino, é importante na vida do indivíduo!

3 - Os chicletes que não paguei:

Por último, talvez o "carão" mais importante da minha vida.
Eu tinha cerca de 8, 9 anos, no máximo. Estava com o meu chato adorável irmão nas Lojas Americanas e, passando pela sessão de doces, peguei um chiclete de caixinha, abri e masquei. Ele me olhou com cara de cúmplice, mas, em poucas horas, após uma briguinha entre nós, claro que o pestinha me delatou. Bem, levei um sabão daqueles, minha mãe não admitia essas coisas. Argumentei: "Mas mãe, foi só um clicletinho!". Ela, pura sabedoria, me falou uma frase da qual nunca esqueci: "Filha, quem tem coragem de roubar um chiclete poderá um dia ter coragem de roubar um banco!". Tá, podem achar um exagero essa comparação, mas o que valeu mesmo foi a lição por trás dessas palavras. Hoje eu trabalho num banco e se ela não tivesse me corrigido naquele momento eu poderia hoje pensar mil formas de ser desonesta e surrupiar o dinheiro dos outros.
Não serei modesta, não: Tenho o maior orgulho da minha mãe!!!!



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Pré (ocupação) Escolar

Post especial escrito por um futuro "Painho"

A maioria dos pais de primeira viagem faz mil planos para seus pequenos. Entre esses planos, está talvez, um dos mais decisivos quanto à formação da personalidade: a escolha da escola. Vejo os amigos às voltas com esse problema. Eu disse AMIGOS, já que não conheço nenhum homem que goste, por exemplo, de frequentar sequer reunião de condomínio, que dirá de aporrinhações temas como "definição de metas pedagógicas para o ano letivo." Aí podemos nos perguntar "Pô, não basta o moleque aprender? No meu tempo não tinha essas merdas, bastava passar e pronto!" Mas, hoje, ser pai é coisa de profissional, meu amigo. Além do fato de você ter de acompanhar a esposa nessas reuniões! (caso a professora seja uma ruivona peituda que sempre usa uma saia menor do que o decoro magisterial permita, você será dispensado, acredite).

A seguir, minha opinião formada sobre certos aspectos para o tema: Adentrando a escola, suas atividades passarão desde perguntar se há punição caso o moleque saia colocando apelidos nos coleguinhas (no meu caso, acho que terei realmente problemas a tratar com meus filhos...), até inspecionar o banheiro da escola. Sim, senhor. Vai que você depara com um "cú" em letras garrafais? Que tipo de escola é essa, que não ensina as regras de acentuação direito? Absurdo! Sem falar que é no toilete que podemos conhecer o meio social dos alunos. Quem nunca leu um "fulana é galinha", um singelo coração ou mesmo uma piroca com o nome de alguém dentro? Isso me faz lembrar que eu MORRIA de medo de meus pais usarem desse expediente. Não que eu tivesse algo a esconder...Meu medo era que reconhecessem ali a minha caligrafia ou algum desenho de professores sendo empalados, que por coincidência, lembrassem meus traços.


Aí vem a parte onde a pedagoga ou qualquer coisa que o valha começa a listar as metas. E com elas, a mulherada presente inicia as perguntas, já com a intimidade de quem frequenta essas reuniões QUANDO AINDA ERAM ALUNAS:
-Eu gostaria de saber se às sextas-feiras haverão atividades extra-classe. Isso deixa o Caio Felipe de mau humor, e estraga todo o meu fim de semana!
Antes da pobre profissional abrir a boca para seguir adiante, mais essa:
-Vai ter lanche macrobiótico na cantina? A Maria Clara está com mais de 30 quilos! Ah, e por favor, vamos melhorar o estacionamento, né? Andar 50 metros num salto 15 é uó!
Nisso, a reunião termina, e não sai nada relevante. A coordenadora só balbuciou algumas palavras, o que a faz ser mais participativa que você, que por sinal, estará de parabéns se não sacou o celular em busca de um joguinho salvador, além do fato de que perdeu a final do campeonato egípcio na ESPN por conta dessa bendita reunião. Pior: a próxima estará agendada para o mesmo dia da abertura do Mundial de Curling.

Sim, meu amigo. Ser pai é perder as rédeas da sua vida. Tudo em nome de um bem menor (de idade). Ah, e como se não bastasse, depois dessa trabalheira toda, o boletim ainda pode vir em cores variadas. E se for esse o caso, será que você tem a moral para cobrar desempenho escolar e comportamental? Espero que meu filho não leia isso aqui, pois eu respondo: Por via das dúvidas, evite matricular em escolas onde você foi persona non grata. As chances da diretora ser ainda a mesma que o perseguia injustamente são grandes, e ela vai dedurar seu passado para seu pequeno. Certeza. Evite também qualquer instituição onde alguma vítima de seus tempos de escola trabalhe. Mais do que nunca, o dito popular “aqui se faz, aqui se paga” pode tornar-se uma amarga realidade.

Ronei Dias

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Papel de bobo?

Quem nunca presenciou uma cena onde um adulto faz um papel ridículo cômico de fazer caretas, falar infantilizadamente, imitar um bicho ou pagar qualquer outro tipo de mico pra entreter e agradar uma criança? Outro dia foi lá onde trabalho. O público aguardando o atendimento e, de repente, passa uma mulher na minha frente correndo no melhor estilo "TIRANOSSAURO REX". Pense numa cena que destoa totalmente do ambiente em que nos encontrávamos... Olhei adiante e lá estava a "vítima", escondida atrás do totem de informações, rindo e dando pulinhos de excitação. Confesso que ver aquilo tornou mais leve o meu dia.
Engraçado como a criança provoca esse efeito nos pais, avós, amigos e até mesmo desconhecidos. E o melhor, qualquer mico é justificado por causa delas. Lorna comentou sobre isso no post "Pequenos Contratempos". Vejam o vídeo citado por ela logo abaixo:


Esse vídeo faz parte de uma campanha de Early Childhood Development, que visa educar e informar os pais, avós e cuidadores sobre a importância da qualidade no início experiências de aprendizagem sem esperar que apenas a escola faça isso. Dão dicas fáceis e divertidas para a "aprendizagem em movimento" para impulsionar o aprendizado durante atividades cotidianas, como fazer compras no supermercado, cozinhar, ajudar nas tarefas domésticas, enfim, fazer com que o mundinho deles entre em contato com o nosso de uma maneira lúdica e criativa.

E por que não tentar? Na verdade, faz papel de bobo aquele que acha que criança não merece essa entrega.


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