sábado, 19 de maio de 2012

Mini-blog de papel - Parte IV

Dos primeiros óculos ao primeiro sutiã!



"09/02/90
Querido Diário

Eu tenho uma novidade pra você: 
Eu vou usar óculos, um óculos azul, eu não sei se vai ficar bem em mim, mas tudo bem.
Tenho miopia e vou usar o grau 1,25.
Mudando de assunto, desde o ano passado, já passou o Natal e o Ano Novo e eu nem escrevi você.
Vai começar as aulas dia doze de fevereiro."
(desenho de óculos, presente de Natal e livro aberto)

Eu me lembro que achava um charme as pessoas usando óculos, achava que era coisa de adulto e, CDF do jeito que eu era, desfilar de óculos firmaria a minha imagem de inteligente, já que não me achava bonitinha, esse era o papel de outras garotas da minha turma.





"27/02/90

Querido Diário

Já começaram as aulas e eu já comecei a usar óculos.
Hoje já é terça-feira de Carnaval e eu não pulei e nem brinquei, mas eu fui para o sítio e fui domingo e ontem para a praia.
Amanhã vai fazer uma semana que eu estou usando óculos. Até que não é tão ruim.
Entraram na escola muitas meninas e meninos e eu já simpatizei com quatro delas: Luísa, Mônica, Érica e Patrícia.
Tchau"

Olha, "não pulei e nem brinquei" Carnaval naquele ano. Jesus! A pré-pré adolescente queria o quê? Sair no Camaleão? Naquela época não existiam os blocos infantis que existem hoje, mas não tardaria a tornar isso uma realidade, pois um ou dois anos depois tia Inez já começaria a nos levar (eu e um monte de outros primos) para um camarote na Barra. Muita coragem, viu? Valeu, tia!!!!

Esse foi o último ano letivo que eu e Ronei estivemos na mesma sala de aula. Meu futuro grande amor, que, naquela época, não passava de mais um dos chatos dos meninos!




"07/03/90
Querido Diário

Entrou no dia 5 uma nova colega minha. O nome dela é Jaqueline, ela tem dez anos e é quase do tamanho de Andréa, aquela que eu botei uma foto no dia 28/07/89.
Desde ontem eu estou usando sutiã, diário, mas, voltando ao assunto, Jaqueline não é tão legal quanto Mônica e Luíza.
Bem, eu já vou parando por aqui porque eu tenho que estudar e ajudar minha mãe e meu pai na venda.
Tchau. Mil beijos."

Gente, sério, morro de rir antes de me concentrar e comentar sobre essas páginas do meu primeiro diário. E fico feliz por tê-lo escrito e guardado, pois traz de volta essas lembranças, emoções tão pueris. Amo!

A "Andréa" era a minha melhor amiga da escola, ou, como diriam as meninas de hoje, minha BFF (Best Friend Forever), mas deixo esse assunto para um outro post.

Notem a timidez do comentário: "Desde ontem eu estou usando sutiã, diário, mas, voltando ao assunto, Jaqueline...". É um pequeno arrependimento de ter revelado tal intimidade, porém seria impossível não contar essa notícia tão importante para um amigo mudo discreto. 

Um medo das mudanças apodera-se, então, da pequena criatura, que começa a desabrochar para as coisas de um mundo desconhecido. E seria só o começo...

domingo, 13 de maio de 2012

O sumiço de todas as mães

Como ficaria a nossa vida se um dia todas as mães do mundo sumissem? Quem assopraria as nossas feridas pra sarar? Quem nos faria o mais calmante leite quente do mundo inteiro? Quem nos abrigaria no mais confortável colo de todo o universo, afagando os nossos cabelos e nos dizendo que tudo vai ficar bem? Ah, os maravilhosos pais que nos desculpem, mas hoje a homenagem é para aquelas que são o nosso primeiro pensamento quando estamos em apuros: AS MÃES!

Imagem aqui

Hoje foi um dia atípico para mim, passei o segundo domingo de maio afastada de minha mãe. Não pude (nem os meus irmãos) viajar para vê-la, por motivos diversos. Foi estranho, fez falta. O que me consola é que essa ausência não foi por motivo de doença e que em três dias estarei enredada nos seus braços macios e dizendo pessoalmente que a amo.

Mesmo crescidos, mesmo adultos, não é fácil definir o significado dessas três letrinhas, M Ã E. Talvez mais do que na época em que fazíamos cartõezinhos com rosas e frases com caligrafias sofríveis que declaravam todo o nosso amor. Sei, mamis, que foi difícil pra você não nos ter por perto hoje, mas estávamos juntinho do seu coração, acredite.

Então, queridos leitores, esse post é pra que a gente reflita no quanto essas criaturas tiveram que se modificar para serem melhores exemplos para nós, seus filhos. Quantas vezes elas tiveram que vencer a si mesmas, vencer seus medos, superar os seus limites pelo simples desejo de nos verem felizes. Quanto de seu tempo nos dedicaram para que aprendêssemos a andar, a falar, a escrever, a sonhar? Quanto do que nós somos hoje deve-se à presença delas nas nossas vidas?

Uma resposta que demonstra uma pequena parte do quanto D. Carminha foi importante pra mim está aqui.

Sei que o domingo está acabando, mas vale fazer o exercício. E se sua mãe sumisse com você ainda pequenininho, o quanto do que você é hoje não existiria?

terça-feira, 1 de maio de 2012

Cenas de filmes que me fizeram balançar na frente de uma tv de tubo

Já comentei sobre como os "Pulantes" são incapazes de caminhar por um certo período sem saírem da rota ou do ritmo com saltinhos e danças inesperadas. Falei também sobre as minhas aptidões como dançarina (e imitadora de macaco!). Pois bem, nos anos 80 e 90, quando me era permitido pular sem censura, alguns filmes com cenas de dança se tornaram clássicos e também tiveram sua parcela de contribuição para dar asas à minha imaginação. 


Imagem aqui 

Então este é o Top Five (mentira, é o Top Six!) das músicas de filmes que me fizeram sair do sofá e balançar na frente do velho televisor de tubo assistindo às Sessões da Tarde.

Flashdance - Lançado em 1983, com Jennifer Beals interpretando a protagonista Alex, uma jovem que sonha tornar-se bailarina e rala pra caramba pra conseguir. Este filme recebeu vários prêmios, inclusive o Oscar de melhor canção original em 1984, além de vários outros como Globo de Ouro e Grammy no mesmo ano. A trilha sonora foi realmente um sucesso, vendeu 20 milhões de cópias (em LP, sem pirataria!!!)
Gostei tanto de Flashdance que ele rendeu duas músicas nesse meu Top Five, transformando-o em "Top Six". Confesso que ainda hoje me emociono com a cena de Alex correndo pela rua após o teste da escola de dança que ela tanto se esmerou pra fazer.

1    "Flashdance...What a Feeling" (Giorgio Moroder, Keith Forsey, Irene Cara)
interpretada por Irene Cara



2     "Maniac" (Michel Sembello, Dennis Matkosky) interpretado por Michael Sembello

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Footloose - Ritmo Louco - Lançado em 1984,  Kevin Bacon é Ren McCormick, um jovem recém-chegado a uma pequena cidade onde, por causa da morte de um jovem, as danças foram banidas. Ren, contudo, não se dá por vencido e faz de tudo para realizar um baile de formatura. 

3    "Footloose" (Kenny Loggins, Dean Pitchford) interpretada por Kenny Loggins (o rei das trilhas sonoras dos filmes dos anos 80)
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Grease - Nos Tempos da Brilhantina - Filme musical de maior arrecadação de bilheteria dos EUA (U$$ 360 milhões). Lançado em 1978 e ambientado nos anos 60, conta a estória dos jovens Danny (John Travolta) e Sandy (Olivia Newton-John) que se apaixonam no verão, mas se separam com o fim das férias, trocando juras de amor. Porém quis o destino que eles fossem matriculados no mesmo colégio no ano seguinte. Dando uma de durão, Danny despreza Sandy, daí temos o desenrolar da trama (parece que dos anos 60 pra cá os homens não evoluíram muito nessa questão de relacionamento). 

4    "Summer Nights" (Warren Casey e Jim Jacobs) interpretada pelos protagonistas.

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Dirty Dancing  -  Ritmo Quente - Um instrutor de dança e uma hóspede de um resort se envolvem em um romance proibido. Com Patrick Swayze como Johnny Castle e Jennifer Gray como Frances Houseman (Baby). Apesar do filme ter sido lançado em 1987 ele se passa em 1963. Os funcionários do resort se encontram todas as noites pra dançar escondidos do patrão, que proíbe a prática, e Baby sai escondida do quarto para dançar com eles, substituindo a dançarina principal numa apresentação, pra contrariedade de seu pai, que fica fulo da vida!
Premiada como melhor canção original do Oscar e do Globo de Ouro de 1987, a "Time of my life" arrancou milhares de suspiros de mulheres que adorariam estar nos braços do Patrick (quem nunca? rsrsrs).

5    "(I've Had) The Time of my life" - (Franke Previte, John DeNicola, Donald Markowitz) interpretada por  Bill Medley e Jennifer Warnes


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BIG - Quero Ser Grande
Um garoto de 12 anos, cansado de ser esculachado pela garota que paquerava, faz um desejo num brinquedo (Zoltar) do parque e amanhece adulto. Muitas confusões, até um emprego e namorada ele arruma, sinal de que a mentalidade de um garoto não muda muito em duas décadas...

6    "Chopsticks" (sim, tocada em par, como os palitinhos orientais, essa valsa foi escrita por Euphemia Allen, sob o pseudônimo de Arthur de Lili, com apenas 16 anos)


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E então, vai me dizer que não dançou também? Ah, vá!


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