quinta-feira, 29 de março de 2012

Era uma vez

Estávamos aqui em casa a lembrar dos livros que marcaram a nossa infância. Incrível como o cérebro da gente traz de volta aquela sensação gostosa quando lembramos de algo que nos agradava, qualquer que seja a época da nossa vida. Assim, desse jeito gostoso, fomos lembrando de estórias e histórias e de como seria bom ler para os nossos -futuros- pequenos os livros que nos divertiram tanto.

Seguem três dos meus prediletos, que marcaram distintas fases:

O vento. De Mary França com ilustrações de Eliardo França.

É um livro de poucas páginas, em cada uma delas uma ilustração e uma frase do tipo "O vento levantou a saia da fulana*", "secou as roupas do varal de sicrana*". E termina assim: "E o vento levou para o céu o meu avião de papel". Muito fofo! Apesar da lembrança recortada (que, confesso, o Google ajudou a recuperar alguns detalhes), foi um livro que me encantou com sua figuras inusitadas. Lembro da mulher apavorada segurando a saia... :) 

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As Três Caixinhas. De Regina Vieira. 

Um livro tipicamente infantil. Um reino, uma princesa, um oráculo, três caixinhas e muita sabedoria pra usá-las na hora certa. Ensina sobre paciência, sobre valores e, sobretudo, respeito. Cada caixinha um mistério, cada uma será aberta ao seu tempo. O que conterá em cada uma delas?


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Quem Roubou Minha Infância. De Maria da Glória Castro. 

Um livro muito marcante pra mim. Uma professora de Português promoveu um concurso de redação e EU GANHEI! A leitura desse livro teve então esse gosto especial, eu devia ter 11, 12 anos, já era uma pré-adolescente. Ele narra a estória de uma menina que sofre rejeição materna (não lembro agora se era da mãe ou da madrasta). Ela tem um grande talento para tocar piano e encontra na professora e no amor à música, coragem pra vencer os infortúnios e procurar a própria felicidade. 


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Pollyana. De Eleanor H. Porter.

O que dizer de Pollyanna, gente? Ela caiu em minhas mãos por acaso, numa das muitas tardes que passei na casa de tia Rita, que mantinha no "quartinho da bagunça" de casa uma prateleira cheia de livros interessantes, que não escapavam das minhas incursões nos dias em que eu acampava por lá. Já comentei aqui que era uma companhia presente para as minhas primas mais novas e por isso guardo em mim muita coisa boa vivida por lá. Pois bem, será que alguém não conhece a menina-órfã Pollyanna e o Jogo do Contente que seu pai a ensinou antes de morrer? Pollyanna vai morar com uma tia bem rabugenta e, por mais que coisas ruins aconteçam, ela sempre vê o lado bom de todas elas. Um exemplo de vida! E então, que tal jogar hoje o Jogo do Contente? 



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Bairro dos Estranhos. De Wilson Frungilo Júnior.

Outro livro da "biblioteca" de tia Rita. O primeiro livro espírita que li. Claro que nesse momento eu me interessava pela estória e não pela Doutrina, mas para aquele momento, foi o suficiente pra me despertar. Lembro que eu pulava os parágrafos que explicavam algumas coisas mais detalhadamente. Que coisa!!! Hehehe. Li o mesmo livro outras vezes, já mais velha, tendo então paciência e maturidade pra entender o conteúdo. Ele narra a vida de um pai que perde a esposa em um acidente de ônibus e se vê sozinho para criar sua filha pequena. Pobre, passa por grandes necessidades e encontra pessoas valiosas que o ajudarão a compreender as coisas desta e da "outra vida". Tenho um carinho muito grande por ele!


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Se você é um leitor realmente atento, deve estar se perguntando a essa altura: "Ela não disse lá em cima que seriam três livros?". Sim, falei mesmo, mas não tive como conter mais dois deles na peneira mental das memórias infanto-juvenis, então cometi essa "malcriação". Fui obrigada a deixar muitos outros para trás, acreditem. rsrsrsrs

Pra quem ficou com o dedo coçando pra virar a página de algum desses descritos por mim ou por outros que tenham vindo à lembrança, recomendo o site Estante Virtual, onde vários sebos de todo o Brasil estão reunidos para venda de livros usados pela internet. Uma delícia de passeio, garanto!

Vamos ler, minha gente!!!!

E você? Lembrou de algum livro que marcou sua infância/adolescência? Comente aí!




domingo, 11 de março de 2012

Mini-blog de papel - Parte II


Depois do post Mini-blog de papel (campeão de visualizações até hoje), muitos amigos me perguntaram sobre outras aventuras vividas naquela época, por isso decidi transformá-lo em uma série, assim, uma vez por mês, teremos um post revival.


"10/08/89

Querido Diário,

Ontem fui à Catequese, sabe, porque em dezembro eu vou fazer a 1ª Comunhão.
Quem me dá aula é a diretora do meu colégio, Elzi Carvalho.
Eu gostei muito de lá e da aula. Todas as quartas-feiras tem aula e eu já comecei a gostar.
Faltam 5 dias pro meu aniversário, né? Cai em dia de terça-feira, um dia antes de eu ir para a catequese. Eu acho que era só isso que eu queria contar.
Tchau"

 Deu pra perceber que eu desde sempre fui uma menina simpática, ordeira, mas de vez em quando revelava  uma certa irritação:


"16/08/89


Querido Diário.


Ontem foi o meu aniversário e eu só ganhei presente de meu pai e minha mãe. Os presentes foram: uma argola de pérola (pequena e falsa), um conjunto verde, uma camisa azul e um prendedor de cabelo.
Hoje teve catequese e eu não gostei tanto quanto da outra 4ª feira. Eu cheguei um pouco atrasada por causa de Silvana (minha prima) porque ela é muito lerda.
Tchau"

Que zanga! kkkkkkkkkkkkk

Sentiram a decepção no "só ganhei presente se meu pai e minha mãe"? Pô, em plena terça-feira eu esperava ganhar presente de quem? Do padeiro?

Engraçado, até hoje me lembro do tal brinco de pérolas. Na minha cabeça era algo tão caro que achava que meus pais não poderiam comprar. Tempos depois li essa página pra mamis, que, rindo da minha inocência, retificou a informação.

Silvana é uma prima que morou alguns anos conosco e, por ter minha idade, praticamente fazíamos tudo juntas naquela época. Claro que rolavam umas farpas de vez em quando!

E, finalmente, o grande e emocionante dia:


"26/11/89


Querido Diário,


Ontem foi minha primeira comunhão. Foi linda, diário. Muita gente chorou, eu só chorei um pouquinho.
A hóstia é muito gostosa, mas o vinho é um pouquinho, sei lá, parece que é azedo, amargo, só sei que é um gosto estranho.
Eu gostei muito desse dia. Minha colega chorou tanto, mas tanto.
Nasceram 3 filhotes de canário e morreu um, foi uma pena.
Tchau"

A hóstia é muito gostosa???? Fala sério!!!! Farinha e água!!! Mas bom mesmo foi a descrição do vinho, de dar orgulho a qualquer sommelier! Hehehehe

Alguém me diz porque não escrevi o nome da minha colega que "chorou tanto, mas tanto"? Mais uma informação perdida para todo o sempre.

Em página anterior a essa eu escrevi sobre os animais de estimação que tínhamos lá em casa, mas esse é outro tema a ser postado. ;)

Aguardem mais do mini-blog no próximo mês!

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